terça-feira, 18 de junho de 2013

trail gd 4 caminhos (9 de Junho)

Finalmente tinha chegado o tão ansiado e tão adiado dia da estreia num trail! 

Infelizmente, e após uma outra estreia na semana anterior, em que eu e Anita participamos em eventos diferentes no mesmo dia, tive de ir ao trail do grupo desportivo dos 4 caminhos sem ela, que tinha uns compromissos inadiáveis.

Este trail, realizado em alfena, tinha 3 alternativas: longo, com 22 km´s, curto, com 10 e uma caminhada de 9 km´s.

Como era a primeira vez que iria participar, optei pela inscrição no trail curto.

Cheguei cedo ao local da partida, onde foi possível estacionar o carro facilmente num dos muitos lugares disponibilizados para o efeito, ainda que uma parte da estrada estivesse já a ser vedada para passagem de uma porção do percurso inicial e final. O levantamento do kit de participação foi feito de forma célere e sem dificuldades, pois, além de estar devidamente sinalizado o local, tinha várias pessoas a tratar das respectivas entregas.


 Tratado do pormenor logístico, faltavam cerca de 90 minutos para a hora da partida do trail curto (os diferentes percursos partiam a horas diferentes). Durante este tempo aproveitei para descansar um pouco lendo a revista que ofereceram no kit de participante e ainda para ver os produtos dos diferentes expositores que se encontravam no recinto (sapatilhas, roupa técnica, mochilas, etc).

Quando faltavam cerca de vinte minutos para partida, já após ter assistido à saída dos atletas do trail longo, comecei a preparar-me e dirigi-me ao controlo zero para dar entrada no local de início. Tudo feito sem stress nem confusões.

À hora marcada foi dado o “tiro de partida” para a distância curta. E assim começava a minha aventura no terreno. Os primeiros metros eram a descer em alcatrão para logo curvar à direita e iniciar uma ligeira subida já em terra e pedra. Agora sim, podia dizer que estava num trail! Só faltava aguentar até ao final! 

Como de costume tinha partido do final do grupo, mas neste caso, talvez por causa do tipo de percurso que se iniciou (nomeadamente a subida), comecei a passar alguns companheiros sobretudo para procurar o meu local confortável para correr: como não estava habituado a este tipo de terreno acidentado, a minha preocupação principal era não me magoar, logo senti grande necessidade de ir avaliando muito bem o piso e onde colocava os pés, o que significava ter de ir olhando para o chão o mais longe possível. Por isso, não queria ir no meio de muita confusão, demasiado perto de outras pessoas, e daí ter tentado passar alguns participantes até conseguir encontrar o tal posto onde me sentia bem para cumprir com a preocupação principal.

Com atenção ao terreno, com música nos ouvidos (como ia sozinho decidi levar o mp3) e com o enfrentar das dificuldades que iam aparecendo – desde subidas em que tive de me agarrar a ervas e pedras até descidas em que vi algumas pessoas praticamente a sentarem-se no chão para ter tracção, aliado ao piso escorregadio nas zonas rochosas (e eram muitas) devido à chuva que tinha caído toda a noite e ainda se fez sentir durante o percurso – o tempo foi passando. Refiro o tempo, pois desta vez não levei qualquer aparelho com que pudesse controlar a distância: como a Anita não foi, não levou o relógio gps dela e como estava a chover eu decidi não levar o telemóvel (o que, tenho de admitir, não deveria ter feito, pois correr em montanha apresenta perigos que na estrada não existem, e devemos ter sempre modo de pedir ajuda – sei disto relativamente ao btt e esqueci-me naquele momento para o trail). Por um lado isto acabou por ser bom: não sabia a distância percorrida, ia apreciando a paisagem e ultrapassando as dificuldades, concentrado apenas nisso. 


 Foi por isso que, com alguma alegria mas sobretudo espanto, cheguei ao abastecimento, localizado aos 5 km´s, precisamente a meio do percurso que eu tinha de realizar. Lembro-me de pensar, apesar de já muito cansado: “Já??”. Tinham passado 38 minutos desde o início e estava a meio do percurso, apesar das dificuldades (leia-se subidas) já ultrapassadas. Parei no abastecimento para beber água e uma bebida isotónica que disponibilizaram e ingerir uma placa pequena de marmelada. Após este reabastecer de energia, voltei a fazer-me ao caminho.

O trilho após o abastecimento era muito bom: uma pequena descida em single track, no meio de silvas, com uma vista fantástica e, após uma curva à esquerda, corrida pela lateral do monte com toda a nossa direita desimpedida de obstáculos (ainda que não fosse possível prestar grande atenção ao cenário pois era um single estreito e uma distracção podia levar a uma queda pela ribanceira).

Mais à frente nova subida curta, mas tão ingreme e com a terra tão solta que obrigava a agarrar a uns ramos de umas árvores que ali se encontravam. Após mais esta dificuldade, novamente corrida em plano para mais à frente enfrentar nova subida.


 Ao longo de todo o percurso, muito bem sinalizado, a organização colocou voluntários que ajudavam a que ninguém se enganasse nos pontos com entroncamento de vários caminhos. Estes voluntários, na sua maioria jovens habituados a competição, aproveitavam também para incentivar e encorajar os participantes. Apesar de cada um saber de si e ter a sua forma de lidar com o cansaço e com os obstáculos, sabe sempre bem ouvir alguém a dar um “puxãozinho” por nós.

E eis que após mais umas subidas e descidas, consigo visualizar um dos edifícios da escola onde começou e ia também terminar este trail. O meu pensamento foi “a escola já é ali? Mas não vai ser para ir já para lá. De certeza que ainda vamos dar uma grande volta antes de lá chegar!”. Puro engano meu. Tinha ainda de facto uma volta, mas sobretudo porque não havia caminho directo para lá sem ser por estrada e, como estávamos num trail, convinha lá chegar por terra. 

E assim foi que, ao final de 1h16m, cortei a meta, muito satisfeito por cumprir os dois objectivos principais, não me magoar e chegar ao fim, e muito surpreendido por, apesar de não ir com nenhum tipo de preocupação nesse sentido, ter cumprido o percurso num tempo que, para mim, foi muito curto.
No final, a organização disponibilizou mais umas bebidas e uns alimentos para recuperação do esforço, massagens e banhos (estes dois não utilizei, não posso comentar) e procedeu à entrega de prémios aos vencedores de cada vertente.


 Para finalizar, quero deixar aqui uma palavra para os elementos do grupo desportivo dos 4 caminhos: já temos participado noutros eventos deles mas desta vez a organização do trail foi também uma estreia para este grupo. A preocupação com a logística, com os meios e com o respeito pela natureza e pelas pessoas é uma imagem de marca desta associação. Os nossos parabéns e louvores por manterem esta postura e pelos resultados que têm obtido!

Concluindo, fiquei realmente fã do trail running (dando razão a todos os amigos que há meses nos tentavam convencer a participar). Iremos tentar participar em mais. Acreditamos que a maior dificuldade se vai prender com as distâncias: é que poucos são os que apresentam uma opção curta, como este. E para quem é iniciado correr 20 ou mais km´s em trail pode levar a desistências e, certamente, a frustrações. Talvez algo a ponderar pelas organizações de trails: ofereçam sempre uma opção mais curta - nem toda a gente tem capacidade ou coragem para fazer percursos longos. E se o objectivo também é divulgar e recrutar mais pessoas para a modalidade, convém não alienar ninguém.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

rota do bacalhau - 2 de Junho (Pedro)

A rota do bacalhau é muito mais que um raid btt. Acima de tudo é, em primeiríssimo lugar, um evento solidário. Uma organização do Rotary Clube de Ilhavo em que a totalidade do valor das inscrições é entregue à Obra da Criança. Neste ano, com um objectivo ainda mais particular: iniciar a construção da nova casa desta instituição.

Aqui não temos opções para escolher: existe apenas um percurso, uma distância (55 km), inclui seguro, lavagem de bicicletas, banhos quentes (e com água efectivamente quente para todos), almoço, brindes e jersey oficial do evento. Tudo isto por 20€. E, conforme referi, o valor total de cada inscrição reverte para a Obra da Criança.

A chegada ao local quer do secretariado quer da partida é fácil e bem assinalada. O estacionamento é imenso e ninguém tem dificuldade em deixar o carro junto ou mesmo no local onde se realizam os banhos e o almoço.


O percurso é de dificuldade média, pois é praticamente plano, apesar de um alguns locais o piso ser um pouco difícil (areia), e tem apenas 3 subidas mais duras. Mas quem não as faz a pedalar, faz com a bicicleta à mão.

Na chegada ao local, já depois de ir ao secretariado e estacionar o carro, enquanto aproveitava o tempo para repousar um pouco (cheguei duas horas antes da partida), comecei a preocupar-me com duas coisas: o intenso calor que já de fazia sentir antes das 8h, o que indicava que iria ser uma manhã extremamente quente, e o vento forte que indiciava uma dificuldade extra para os 55 km´s a percorrer. Destas duas, apenas o calor foi de facto uma contrariedade, que fui resolvendo hidratando sempre muito. O vento, que abrandou um pouco mas não desapareceu, apenas se fez sentir em poucos pontos, já que na maioria do percurso estivemos protegidos.


Como sempre, parti do final do grupo, sem confusão e fui mantendo sempre o meu ritmo ao longo de todo o percurso. A primeira parte ficou marcada por inúmeras paragens pois, além de ainda circularem grupos grandes de atletas, havia muitos pontos em que era necessário passar um de cada vez. Conclusão: ao final de 40 minutos tinha feito 8 km e ao completar uma hora estava nos 12. A partir daqui, com os grupos cada vez mais partidos e com cada vez menos pontos de “funil” foi sendo mais rolante.

Mais uma vez a organização brindou-nos com um percurso lindo, quase na totalidade por caminhos rurais, com apenas pequenas passagens em estrada, mas sem deixar de marcar presença em alguns dos pontos emblemáticos, como por exemplo a vista alegre ou algumas lagoas. 


Uma nota muito importante: em todos os locais onde se cruzavam estradas, sem excepção, havia sinalização de alerta para os atletas, estavam voluntários (e em alguns dos mais perigosos era a polícia) que solicitavam ao trânsito que parasse e ainda tinham umas placas na própria estrada, para alertar os condutores, que diziam “perigo: ciclistas”. Grande preocupação com a segurança! 


Pedalando e avançando na quilometragem, sempre apreciando e paisagem e parando nos 3 abastecimentos disponibilizados (os 3 com líquidos e 2 com sólidos), para me alimentar e reabastecer de água, lá continuei ao meu ritmo em direcção à meta.

Na chegada, 3h25m depois de partir, foi tempo de tomar banho e usufruir do excelente bacalhau com presunto, batatas e salada, sopa, pão, bebida, sobremesa e café, conviver com uns amigos que entretanto encontrei e, depois de descansar um pouco aproveitando o sol e bom tempo, regressar a casa numa viagem tranquila.




quarta-feira, 5 de junho de 2013

corrida do oriente - 2 de Junho (Anita)

Aproveitando um fim de semana por Lisboa, e havendo uma corridinha para participar e representar a P&A Team, decidi inscrever-me mesmo pensando que iria ser mais um verdadeiro desafio: correr 10 km’s no dia seguinte ao evento anual da empresa, que, por regra, nos deixa sempre com um grande défice de energia, quer pelas atividades que se desenvolvem, quer pelas poucas horas que se dormem. 

Para quem não sabe, as receitas desta prova revertem integralmente para fins sociais, destinando-se este ano à Associação NAVEGAR, que desenvolve a sua ação social em Portugal e São Tomé e Príncipe através da formação e dinamização de voluntariado jovem, e à construção da Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, no Parque das Nações. É uma ação direcionada para toda a gente: individuais, equipas, crianças, famílias, dado que existem 3 provas possíveis:

o  Prova Principal: Corrida de 10 Km’s (certificada e cronometrada individualmente por sistema de chip)
o    Corrida para Conviver: Corrida/Caminhada de 2 Km’s (para todas as idades)
o    Corrida Mini: prova com 500 metros (para crianças dos 6 aos 10 anos)

Estando sem carro em Lisboa, e sendo a partida algo distante das paragens de metro mais próximas, para não arriscar, decidi ir de táxi. Não foi por isso que o tempo foi melhor aproveitado, dado que o taxista não sabia onde ficava o ponto de partida e as poucas referências que lhe poderia dar, ele desconhecia. Afinal, o Parque das Nações é gigante... Foi assim que aproveitou para dar uma grande volta e faturar mais uns eurozitos... Acabei por sair um pouco antes do local pretendido, para que ele não se metesse no meio da confusão que já se fazia sentir. Uma confusão animadora, pois já dava para perceber que a adesão ao evento iria ser grande. Com isto, acabei por perceber que a hora da saída se aproximava a passos largos. Eram 9h45m e ainda tinha que me encontrar com uma colega para que ela me guardasse o saco da muda de roupa (isto de ir sem carro, tem os seus inconvenientes). Entre o barulho da música e a quantidade de pessoas que estavam a acumular-se no recinto, o encontro não estava a ser fácil, mas, a uns 5’ da partida lá estavam as coisas entregues, a foto da praxe tirada e já aliviada por saber que não teria que correr com um saco às costas.


Logística tratada, dirigi-me imediatamente para a partida, situada no Passeio dos Heróis do Mar. Com o atraso matinal que houve, já não tive a oportunidade de dar uma corridinha de aquecimento para habituar (ou enganar) os músculos... Pelos menos uns alongamentozitos deu para fazer nesses minutinhos finais.


Ainda não marcavam 10h no meu relógio e ouve-se o tiro da partida. À semelhança das provas em que temos participado, não fiquei muito à frente, pelo que o início da prova teve de ser a passo, contudo, à passagem do pórtico, a corridinha ligeira já se conseguia começar a fazer.

Estava um verdadeiro dia de Verão. A meteorologia previa 30 graus e o aperto do calor fez-se sentir durante todo o caminho. Ao contrário do que pensava, ainda havia umas subidas que, apesar de não muito longas e não muito inclinadas, eram o suficiente para quebrar o ritmo de quem fazia esta corrida debaixo de um sol abrasador. Cada Km estava sinalizado e a contagem decrescente estava demorada.


A dificuldade não tinha bem a ver com grandes problemas de resistência física ou respiratória, mas com o calor que se fazia sentir. Valeu, e bem, a existência de 2 abastecimentos de água, sensivelmente aos 4 e 7 km’s. Apesar da dificuldade, mantive sempre o ritmo mais ou menos constante, tendo, apesar de tudo, terminado a prova na média que tem vindo a acontecer: 10,38km em 58m26s. 

Mais uma vez, cheguei à tão ansiada meta com orgulho de ter superado mais uma prova. No final, a verdade é que o cansaço rapidamente atenua, principalmente quando, enquanto se faz os alongamentos necessários, se visualiza o belo cenário em redor: animações na meta; jardins verdejantes repletos de pessoas bem dispostas; muita cor à mistura; o extenso rio Tejo e a interminável ponte Vasco da Gama ao fundo...


Mais um evento, na minha perspetiva, de sucesso, quer em termos de organização (entrega de dorsais, abastecimentos, sinalização do percurso, informação prévia, etc), quer pela visível adesão, o que faz com que, tendo a oportunidade, sem dúvida que não hesitarei em voltar a participar.