segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

porque nem só para o desporto precisamos de motivação


"O QUE FAÇO PARA ENCONTRAR INSPIRAÇÃO (não para correr, mas para trabalhar numa tarde fria de sábado em que era tão bom estar deitada no sofá em frente à lareira a ver os filmes "bons" que passam na "televisão dos pobres" - entenda-se a televisão que só tem os quatro canais).

- vejo um pequeno filme inspirador: 



- sonho no dia em que lá estarei também a correr enquanto ouço algumas músicas da minha playlist de corrida: 
Intro (The XX); 
Miserlou (Dick Dale and His Del Tones); 
Without You (David Guetta ft. Usher) 


Bitter Sweet Symphony (Verve); 
Valery (Amy Winehouse)

e para terminar, mais contextualizado com a paisagem, mas já a pensar na próxima paragem - Come Fly With Me (Frank Sinatra)

Agora, toca a trabalhar."

Sílvia Alves


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Sílvia Alves é, além de uma amiga, um elemento integrante da P&A Team e que tem tentado motivar cada vez mais não apenas a si própria mas também as pessoas que a rodeiam no seu quotidiano.

Continua no bom caminho, Sílvia! 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

II trail de santa iria

Depois de uma semana praticamente ininterrupta de chuva (tem sido a normalidade, este ano, não?) e de no sábado, quando fomos a Branzêlo levantar os kit´s de participante, termos apanhado mais chuva e muito frio, levantar no domingo, ainda de madrugada, para ir tratar dos cães, e verificar que a água continuava a cair e que o frio se fazia também sentir, era motivo mais que suficiente para voltar para o conforto da casa e o quentinho da cama e passar, pelo menos uma vez, uma manhã inteira sem sair do ninho. Mas isso não seria um desafio; desafio era, e foi, mantermos o plano previsto e, assim, lá nos pusemos a caminho do II trail de santa iria.

Como lá tínhamos estado no dia anterior, já conhecíamos o caminho e, por isso, foi fácil lá chegar. Apesar de ser cedo, como chegamos sempre, havia já muita gente presente e, consequentemente, muitos carros estacionados. Mas mesmo assim não tivemos dificuldade em encontrar lugar, onde a viatura ficasse em segurança mas sobretudo não fosse um estorvo para os residentes e transeuntes. Aqui tivemos a ajuda de um local, pertencente à organização, que ao ver a nossa preocupação em verificar se o carro estava bem aparcado e não atrapalhava a circulação e segurança da via, nos disse, alto e claro: “amigo, aí está muito bem! Nesta rua quase não há trânsito e além disso não fica de fora!”. É sempre bom sermos recebidos com a expressão “amigo”, faz-nos sentir logo como se estivéssemos em casa, além de começar imediatamente a compensar a deslocação a novos lugares.


Faltava cerca de hora e meia para a hora da partida, o que deu tempo para passear um pouco, ver quem chegava, tomar um café e um bolinho para começar a repor energias por antecipação, e ir cumprimentando e trocando impressões com caras já conhecidas destas andanças e, sobretudo, com os amigos que sempre encontramos em cada evento.

Neste entretanto, boas notícias. O céu começava a clarear e dava lugar a um pouco de sol, além de a temperatura notoriamente estar a querer subir. Parecia que nem tudo ia ser mau: já sabíamos que devido às condições da semana anterior iríamos encontrar muita lama e água pelo caminho (e não nos desiludimos) mas, pelo menos assim, tudo apontava para que de cima não viesse mais líquido.


Depois de devidamente equipados e preparados para o desafio deste domingo, as fotos da praxe, algumas cortesia de outros participantes, a quem com todo o gosto retribuímos a gentileza e, após o controlo zero, a espera pela largada para o nosso 2º trail em conjunto, desta vez 13 km (que se vieram a verificar um pouco mais de 14…).

Início bem no centro da localidade, em estrada de paralelo – molhada, o que para os ténis de trail não é o melhor, obrigando a cuidados extra e, mesmo assim, verificando-se algumas pequenas escorregadelas – descendo até à estrada nacional, atravessando-a para imediatamente entrar no monte. Agora sim, era trail! E, em simultâneo, começavam as dificuldades: lama, terreno pesado e uma grande subida, com grande inclinação a partir do meio.


Como habitualmente, nos primeiros km o pelotão compacto, sempre se vai encontrando mais pessoas conhecidas, algumas a fazer a sua estreia, troca de piropos com outros participantes e os habituais incentivos a quem já sentia dificuldades pela longa e exigente subida inicial.

Lamentavelmente, não levámos a máquina fotográfica (avariou num dos últimos eventos de btt em que participámos) e tínhamos os telemóveis dentro das mochilas, em bolsas impermeáveis, o que tornava a logística de tirar fotos um pouco trabalhosa e demorada. Por este motivo, não registámos os diversos locais de extrema beleza por onde o percurso nos levou, desde vales com encostas super verdes até cimos de monte com vistas para todos os lados, curvas de rio e, inclusivamente, uns bons km mesmo junto ao rio Douro, a cerca de 1m da água.


Com maior ou menor dificuldade e perícia, lá fomos galgando os km e ultrapassando as exigências do percurso. Nos locais mais perigosos, sempre bem assinalados e em alguns casos com elementos da organização, notou-se um grande espírito de  entreajuda, característico de actividades de montanha, mas que deveria estar marcado em mais pessoas e, sobretudo, em mais desportos.

Chegada ao abastecimento intermédio, com água e bebidas energéticas, mas especialmente bem dotado de reforço alimentar, com frutas, marmelada e bolos variados. Cinco estrelas. Aqui a dificuldade era não comer demais, pois ainda havia mais 5 km para o final.


O recomeço após o abastecimento foi um pouco difícil. Apesar de a nossa paragem não ter sido demasiado longa nem termos ingerido excesso de mantimentos, a verdade é que o frio que estava – é certo que a temperatura estava melhor que nos dias anteriores, mas mesmo assim não fazia calor – nos fez arrefecer um pouco. Este facto, aliado a que os músculos relaxam um pouco com a pausa, torna um pouco penoso o reinício. Mas após uns minutos mais lentos, foi possível encontrar de novo o nosso ritmo.

E, logo após termos contrariado este pequeno torpor, eis que surge mais uma grande dificuldade: uma longa e inclinada subida, primeiro em asfalto (onde até tinha uma aviso para os carros devido à inclinação!) depois em terra e pedras, que nos levaria novamente quase até ao topo da montanha, de onde depois desceríamos para a meta e o tão desejado final.


Ou assim pensávamos! Quando, depois de passar o topo, iniciámos a descida, pensámos que seria sempre assim até terminar. Pois bem nos enganou a organização ao desenhar um percurso onde nos pôs a descer mais do que seria necessário para a meta, para nos fazer terminar o percurso com mais uma longa, estreita e inclinada subida, onde até quem ia de bicicleta a dar apoio sentia algumas dificuldades.

Mas isto não nos tirou o ânimo nem o espírito com que encaramos mais este desafio. Ainda tivemos tempo de sorrir para as fotografias finais e brincar com os fotógrafos, terminando o nosso percurso com a mesma boa disposição com que o tínhamos iniciado.

fotografia de wild
No final, mais um excelente abastecimento para repor as energias e, de seguida, pegar em tudo para nos dirigirmos ao pavilhão onde seriam os banhos.

Neste ponto, os nossos dois reparos/sugestões para a organização. O pavilhão era um pouco afastado do local de início/fim do percurso. Por este motivo, foram disponibilizados autocarros que faziam os transfers dos participantes entre um local e outro. Apesar de ser uma fantástica ideia e iniciativa, a verdade é que se verificou estar mal organizada. Estivemos muito tempo à espera do autocarro e acabámos por decidir ir no nosso próprio carro, após pedirmos indicações sobre como lá chegar. Ora acontece que os autocarros deveriam andar sempre um em sentido contrário do outro, largando e apanhando pessoas ininterruptamente. O que verificámos, quando nos dirigimos pelos nossos próprios meios, foi que a determinada altura ambos os autocarros estavam a sair do pavilhão no sentido da prova. Assim, tornava a espera demasiado longa para quem estivesse num dos lados, sobretudo para quem estava a arrefecer após o final da corrida.

fotografia de corredor de montanha

O outro reparo prende-se precisamente com os banhos. Acabámos por não tomar banho no pavilhão e tivemos de o fazer apenas após chegar a casa, quase uma hora e meia depois do final da prova (o que, além de desagradável, é sobretudo prejudicial para a saúde). Acontece que nos foi explicado pelo sr. do pavilhão, muito simpático e atencioso, que não havia água quente. Isto foi-nos confirmado por duas pessoas que estavam nos balneários e tinham experimentado a “ água gelada”, como referiram à saída. A razão prende-se com o facto de o aquecimento da água ser feito por caldeira (cilindro) e não por gás (esquentador). Obviamente, quando são demasiadas pessoas a gastar a água armazenada, entra nova água para reabastecer. Esta nova água, além de estar fria e demorar o seu tempo até atingir a temperatura ideal, vai também gelar a que se encontra ainda dentro da caldeira. Assim, torna-se impossível a existência de água quente após um determinado número de banhos. Sabemos que é difícil arranjar locais para banhos para um evento deste tipo mas, a serem previstos e anunciados, que seja escolhido um local onde este tipo de situação não se verifique.

Tirando estes dois pormenores, foi mais uma manhã de trail fantástica, em que valeu bem a pena ter resistido ao impulso de ter ficado em casa!

Venha o próximo!